terça-feira, 30 de setembro de 2008

Vida privada da comédia

Sacramento é uma cidadezinha muito acolhedora, tipicamente à mineira.
Uma cidade limpa e bonita, arborizada e de clima agradável.

Bem, mais o motivo deste post nao foi esse, escrevi ali só uma singela homenagem.

Estava eu fazendo meu trabalho em um bairro cujo cemitério se encontra nele. A noite ia chegando na cidade,tomando as ruas e os carros que passavam,recolhendo os passarinhos para seus ninhos e as estrelas davam seus sinais brilhantes do céu avisando que seria uma noite tranquila e meus olhos acompanhando tudo ficaram serenos e o coração alcançou um estado de paz muito bom. Comovente, até. Então me sentei e esperei até que a Van chegasse para me buscar. E é ai que tudo começa, no lugar onde me sentei.

Já lhes conto, precisava de informar um ponto referente ao motorista pra facilitar o seu trabalho de me buscar, olhei em volta foi quando vi o cemiterio, bem, pensei, melhor ponto não há, mas uma ''voz interna'' de repente me indagou ''você não vai ficar com medo? Já é noite'' mas eu disse: ''eu sou corajosa, é tolice o medo'' afinal são mortos. Me decidi e liguei pra ele de um orelhão em frente ao cemiterio e me sentei em um banco por sinal também em frente ao cemitério. Neste momento pensei na funcionalidade do orelhão em frente ao cemiterio e me convenci que realmente era pertinente a presença dele ali. ''Oi, Ana Ary morreu esta noite as 4 da madrugada, avise mamãe e os outros por mim'' a outra responde do outro lado:''okay querida, mantenha-se forte estamos todos com você. Aonde voce está?'' e ela reconfortada diz: ''Estou te ligando direto do cemitério, eu e o falecido achamos mais conveniente vir a pé pra cá e aguardar todos aqui, não se preocupe tem até um banco para nos sentarmos. Abraço, estamos bem.''

Passada a minha infame ironia continuo então. Me sentei tranquila esqueci completamente a ideia inicial de medo e fiquei a espera. De repente vindo do cemiterio uma coruja que dá um longo voô rasante sobre a avenida e para na cerca do lote vago, imaginei que estaria caçando. Ia e voltava, não sei se mais a mesma, o fato é que de repente uma passou muito próxima a mim e eu tive a nitida imprenssão de ter visto um morcego. Nesse momento. O medo se colocou do meu lado e um panico terrivel começou a me invadir, acredite. E eu desejei muito que a a van chegasse logo. Tragédias horriveis me ocorreram no pensamento enquanto isso nao se deu. Pensei,
ai meu Deus se estes morcegos grudam no meu cabelo ou pior atacam meu pescoço e sugam meu sangue! Passaram este horror e a paranoia após um pensamento racional e que veio com uma estranha certeza na minha cabeça. De repente eu estava dizendo. ''Eu não sai da minha cidade, para fazer algumas pesquisas nessa cidadezinha tão simpatica, pra morrer em frente a porta de um cemiterio apos um terrivel ataque de morcegos que na verdade eram corujas.'' Pensado isso. Olhei e falei comigo mesma: '' Não, não é assim que eu morro.'' Continuei tranquila minha espera. Fim.



segunda-feira, 22 de setembro de 2008

17 Arnaldos

Arnaldo Antunes

Composição: Arnaldo Antunes / ReiSalles

Viver não tem volta
O dia de amanhã chegou
A culpa é de todo mundo
O rio não sabe onde vai
Que versão da verdade
Se o chão rachar o teto cai
Vivo de morrer
Deixar de ser pra deixar ser
C r e s c e r  d ó i
Perder liberta
De comerciante sem troco 

todo mundo tem um pouco

Não faço direito
Faço do meu jeito
O olho não se enxerga
O olho reflete o que vê
O avesso do espelho é você
Fecha os olhos e manda ver 

domingo, 21 de setembro de 2008

Trate com respeito a minha dor.

Um pequeno diário no blog hoje, que é pra registrar dias que me dão certeza de que vale a pena estar vivo. 

Estou de volta em casa. Cheguei de Uberlândia. Me desloquei alguns bons quilometros de casa para celebrar a vida, a família as realizações dos meu ''entes'' queridos. Valeu e sempre vale muito a pena. Dias muito bons. Felicidade, tranquilidade, harmonia com todos. . .

Mas devo registrar que quando cheguei houve um choro. Senti uma tristeza tremenda e o porque vai aí: A falta da minha vó doeu, ela ficou por lá. Vi o quanto sofreria se ela me faltasse. Amo-a muito. Uso sofreria como se nao fosse acontecer nunca. é verdade, eu sei que vai acontecer mas me recuso a construir uma frase dizendo Vou sofrer muito. pra mim essa idéia ainda não é aceitavel. Acho muito estranho eu ficar pensando nisso e então pensei em escrever sobre. e acho que foi mais estranho ainda. Mas quis compartilhar esse ''sentimento'' com você. 

Comecei o post celebrando a vida e termino com pessimismo sobre ela, perdoe realmente a minha incoerencia só estou tentando lidar com isso.

''Não tenho medo da morte, só não quero estar lá quando isso acontecer''
(Woody Allen)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sim, eu sou mulherzinha. Ou estou numa fase do gênero

terça-feira, 9 de setembro de 2008

sem mais eu fico onde estou, prefiro continuar distante

Horas depois eu irei seguir. Acordar para uma vida que é vazia sem amor Sem amor Sem amor

(Little Kids - Kings of Convenience)

''mas é que tem dias que aí meu coraçãozinho. . .''